A discussão sobre economia do mar cresce a cada ano, principalmente quando ciência, educação e impacto ambiental se encontram. Foi nesse cenário que o Instituto Federal da Bahia (IFBA) recebeu Dávila Kess, CEO da Agência Immagine, agência pioneira em marketing náutico do Brasil, para apresentar a palestra “As fibras que nos atravessam”.
Dávila trouxe dados alarmantes sobre a presença de microfibras têxteis no sangue, na placenta e até no esperma, revelando que a poluição plástica já rompeu a fronteira ambiental e invadiu o corpo humano. Essa abordagem mostrou que pensar a economia do mar hoje é, necessariamente, pensar também sobre saúde, indústria e sustentabilidade.
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Microfibras têxteis: um desafio crescente para a economia do mar
Durante a apresentação, Dávila explicou como o descarte de fibras têxteis, principalmente as sintéticas, entrou silenciosamente na cadeia oceânica. Assim, ela mostrou como essas partículas afetam a vida marinha, modificam ecossistemas e geram prejuízos diretos para setores que compõem a economia do mar, como pesca, turismo e navegação.
Mais do que expor dados, ela enfatizou que o futuro da economia do mar depende de mudanças urgentes na relação entre indústria têxtil, consumo e oceano. Portanto, novos modelos de produção, políticas públicas e tecnologias de filtragem precisam entrar na pauta global.
Além disso, foi discutido que a economia do mar não pode ser reduzida a negócios. Ela envolve educação ambiental, saúde pública, inovação e responsabilidade, pilares que precisam caminhar juntos.

Transformar ciência em experiência sensível
Um dos pontos mais marcantes da palestra foi a habilidade de Dávila em transformar conteúdo científico em uma experiência sensível. Em vez de apresentar dados de forma fria, ela criou uma narrativa que atravessou o público e conectou ciência, corpo e oceano.
Sua performance acadêmica mostrou que comunicar ciência é também um ato de cuidado e impacto social. Assim, ela levou o público a compreender que microplásticos não são apenas números: são materiais que nos atravessam diariamente, modificando silenciosamente nossa saúde e os mares.
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O papel da educação e da pesquisa na economia do mar
Dávila destacou a relevância das instituições de ensino, como o IFBA, na formação de profissionais preparados para lidar com os desafios da economia do mar. Segundo ela, é fundamental que jovens pesquisadores sejam estimulados a investigar os impactos da indústria têxtil sobre os oceanos, uma área que ainda tem muito a avançar.
Ao aproximar ciência, tecnologia e comunicação, Dávila reforçou que a economia do mar só evolui quando existe diálogo entre pesquisa, inovação e sociedade. Sua presença como CEO da Immagine também trouxe um olhar estratégico: além de pesquisadora, Dávila lidera uma agência que vive a náutica na prática, unindo ciência, comunicação e sustentabilidade.
A palestra “As fibras que nos atravessam” levou ao IFBA uma reflexão profunda sobre microfibras têxteis e o futuro da economia do mar. Entre dados científicos, sensibilidade e visão estratégica, Dávila Kess deixou claro que preservar o oceano é preservar a vida.
O encontro mostrou que o cuidado com o mar começa no conhecimento e se fortalece na ação coletiva. A partir dessa reflexão, estudantes e profissionais saíram mais preparados para atuar em uma economia do mar que exige inovação, consciência e responsabilidade.






